Violência, guerras e fenômenos climáticos têm sido responsáveis pelo deslocamento forçado de populações inteiras
13/05/2025
(Foto: Reprodução) As enchentes no Rio Grande do Sul causaram a grande maioria dos deslocamentos por desastres naturais registrados no Brasil. Violência, guerras e também fenômenos climáticos têm sido responsáveis por um movimento forçado de populações inteiras
A violência, as guerras e também fenômenos climáticos têm sido responsáveis por um movimento forçado de populações inteiras.
Depois da enchente que atingiu Porto Alegre, em maio de 2024, o zelador Daniel Antônio Ribeiro Gonçalves decidiu ir embora para Passo Fundo, cidade a cerca de 300 km da capital gaúcha:
"Eu não pensei duas vezes diante de tantas coisas que eu presenciei lá. E isso fez com que eu mudasse, mudasse de vida, mudasse de lugar, mudasse de cidade”, conta.
Violência, guerras e fenômenos climáticos têm sido responsáveis pelo deslocamento forçado de populações inteiras
Reprodução/TV Globo
Conflitos e guerras ainda são os maiores fatores para os deslocamentos internos no mundo. Hoje mais de 83 milhões de pessoas são forçadas a se deslocar dentro das fronteiras do próprio país.
No Brasil, os desafios são climáticos. As inundações no Rio Grande do Sul causaram o maior deslocamento interno provocado por desastre natural no país, desde o início do monitoramento em 2008. Quase 800 mil pessoas tiveram que abandonar suas casas, segundo o estudo. Na Região Norte, a seca provocou outros 35 mil deslocamentos.
O pesquisador Vicente Anzellini explica que as mudanças climáticas aceleram esses fenômenos, que devem se tornar mais intensos e imprevisíveis; e acrescentou que nos últimos anos o número significativo de deslocamentos acontece em um contexto de temperaturas globais em aumento constante.
O estudo aponta também a necessidade de melhorar a capacidade de resposta a fenômenos climáticos. Soluções baseadas na natureza, planejamento urbano adequado e gestão de risco de inundações podem ajudar a reduzir o impacto desses eventos para as populações mais vulneráveis.
A dona de casa Andriele Nunes de Oliveira e os filhos vivem há um ano em um centro humanitário em Canos. Quando receber a casa definitiva, não quer voltar para o antigo bairro onde viveu o pesadelo da enchente.
"O que eu vi, não quero ver nunca mais, não quero voltar para lá. Quero uma nova vida agora, passar por cima, esquecer tudo que aconteceu e construir minha vida tudo de novo, voltar à minha rotina”, diz Andriele.